Amarga Vitória

Ganhaste!
Desisto.
Meu coração que era só teu,
Minha paixão que por ti não morreu.
Fica guardada num cofre de aço.

Ganhaste!
Resigno-me.
Enterro profundo também a ilusão,
O sonho, a esperança, a canção!
Tudo ao espaço, arremasso!

Ganhaste!
Retiro-me!
Seguirei a vida sem ti!
Esquecerei tudo o que senti!
Arrancarei de mim cada pedaço.

Ganharei!!
Preparo-me!
Não me procures, não me fales!
Não me leias, que te cales!
Que se desfaça este maldito laço!

Prazeres...

Mãos, bocas, sexos…
Trocas de fluidos…
Suspiros sem nexo
Abstraídos de ruídos…

Gemidos mudos, arrepios…
Movimentos sensuais e ritmados…
Olhares marotos de soslaio
Explodem em orgasmos sincronizados…

O meu suco leve de fruto…
O teu suco de flores de verão…
Misturam-se… enleiam-se…
Mostrando desejo sem fim…

Os corpos suados
De prazer e exaustão
Lado a lado deitam-se…
E aninho-me a ti.